segunda-feira, outubro 26, 2009

Nós que aqui estamos...

Modéstia a parte tenho um grupo de amigos pra lá de criativos e originais. Nesta turma tem professores, advogados, jornalistas, fotógrafos, contadores, comerciantes, gerentes, desempregados e por ai vai.

Toda conversa acaba gerando um tema, um assunto para se escrever e criar. Tendo noção disso, meus caros Alexander Reis, acompanhado de Pablo Leandro começaram a postar seus trabalhos neste humilde blog. Por muitas vezes também coloquei fotos de Luiz Carlos, para ilustrar alguns textos. E agora, mais uma vez, prestigio o trabalho deste infeliz! hehe

E isso minha gente é apenas um aperitivo do que está vindo por ai. Podem ter certeza que eu, mais os três citados acima, ainda iremos mostrar para que viemos (e também de onde viemos, para onde vamos?).

Lá vai Luiz, com sua obra intitulada "Pra todo pulmão tem um plástico". Tirem suas próprias conclusões, por favor. Ah! A trilha sonora (que eu particularmente gostei muito) também é do moço, viu?

Abraços e espero que gostem!


"Movidos a álcool, CO2, nicotina; consumindo polietileno de baixa densidade, ou linear. Pele de caixote. Uma embalagem pra me embalar".
Trabalho produzido para aula da Prof. Cláudia / Guignard, UEMG, 2009
Tema: papéis variados / colagem Autor:
Luiz Carlos de Oliveira Ferreira

terça-feira, outubro 20, 2009

Entreatos


Estava eu novamente no balcão de um bar. Nada mais natural, digamos. Cerveja gelada, lugar de sempre, bicando a conversa alheia. Procurando reminiscências para clarear as ideias. Interessante uma noite assim? Vejamos:

1 – Entra um bêbado. Diz me conhecer, pede um cigarro e uma cachaça. Me chama de Rastaman, oferecendo um efusivo abraço, que recuso com um tapinha nas costas. Ele bebe a pinga e dorme no balcão. Acorda assustado e se vai, não sem antes tentar um novo abraço, que eu novamente recuso, é claro.

2- Mulher ao lado, acena para um garotão, que finge que não a vê. Ela tristemente olha pra mim e pergunta: - Eu tô tão feia assim? (juro que aconteceu de novo... acho que tenho cara de espelho de madrasta malvada). Digo que não, ela agradece e volta a seus devaneios, mas menti, devia ser muito bonita sim, só que por dentro, talvez.

3 – Dois jovens na fila do banheiro. Banheiro de buteco, onde mal mal cabe um, mas os dois entram alegrinhos, alegrinhos... Das duas uma: ou é paladar e tato ou é olfato. Prefiro não pensar em nenhuma das opções e me volto pro balcão.

4 – Hora dos doidos de plantão. Vão chegando um por vez. O primeiro é o Neném, um senhor grandalhão e careca que fala embolado e vive de óculos escuros. Vem cumprimentar e começa o discurso. Entendo apenas o final das frases, mas creio que não perco muito de sua retórica. Sai Neném e chega Marcão, perambulando pelas mesas, cantando sambas antigos. Em sua boca faltam pivôs e centroavantes. Ah! E cospe que é barbaridade. Mais uns minutos entra o Dudu, doidinho que só... pede cerveja pra todo mundo e é meio cambota, e por fim o Gordo, vendedor de DVD pirata e umas da pessoas mais engraçadas que já vi. Normalmente bate no Dudu, entre uma piada e outra.

E madrugada adentro as coisas vão se acalmando, entre brahmas, fumaça e muita conversa fiada. O bar fecha e ainda dá tempo de tomar uma saideira ao lado com as moças que antes me atendiam. Poxa, elas também são filhas de Deus né.

O certo é que, para espairecer um pouco não há lugar melhor, isso eu garanto. Contando assim parecem verdadeiros atos, escritos por um teatrólogo medíocre, mas não. Verdade verdadeira. Pra quem quiser conferir é só experimentar uma madrugada assim, como dizer, profissional.

E deixo bem claro, o bom profissional bebe de segunda a quinta. Fim de semana é coisa pra amador! E tenho dito!



Twitter: http://twitter.com/tiagosanzio

sábado, outubro 03, 2009

Saravá!


Estava eu procurando um vídeo raro para postar neste humilde, porém limpinho, blog / buteco quando de repente, não mais que de repente, me deparo com vários cortes do documentário Saravah, de 1969, do francês Pierre Barouh. O gringo, famoso documentarista que prefere ser considerado amador, teve apenas três dias para captar imagens que sinceramente, eu desconhecia até então.

Encontros inusitados, como João da Baiana, Pixinguinha e Baden Powell, no terreiro do Mestre Pixinguinha, em Jacarepaguá, ou o dueto entre Paulinho da Viola, com cara de malandro moço, sem camisa e bebendo muito, e a garota de 21 anitos, Maria Bethânia.

Por falar em cara de malandro, nada mais ilustrativo do que as cenas de Baden, sempre acompanhado de seu cigarro. Nessa época ainda se podia fumar livremente! E é ele que direciona Barouh pelos cenários cotidianos do samba carioca, desvendando cantos, macumbas, influências africanas, tesouros muito bem explorados. Uma verdadeira lição para nós, amantes de uma boa música. Não deixem de assistir.
Ah! E me emocionei sim, com Pixinguinha conversando e tocando Lamento, e João da Baiana, tocando seu pratinho e dançando macumba como um moleque! Rapaz! Sem palavras!

Baixei por um torrent, que depois disponibilizo.

um trecho, retirado do youtube: