terça-feira, novembro 24, 2009

Fascinação...

Enquanto não escrevo nada diferente, posto este vídeo com três belíssimas canções que de certa forma me atingem, sei lá, não sei!

Prometo que até quinta sai texto novo... Fim de ano é uma correria dos infernos.. Fechar notas, preencher os malditos diários, aprovar, reprovar, falar e ouvir muitooo... Preguiça é mato, mas tamo ai!

Abraços à todos!!

Show Disfarça e Chora com Anna Toledo, Guilherme Terra e Amelia Gumes com as canções Fala Baixinho (Pixinguinha), Carinhoso (Pixinguinha/João de Barro) e Esses Moços (Lupicínio Rodrigues).



p.s. Atualizando: Agora sim estou apaixonadoo!!!
ah! Por falta de tempo volto a postar apenas em 2010!
Abraços a todos!

quinta-feira, novembro 05, 2009

Trouxa!


Hoje foi um dia cansativo. Exaustivo mesmo, como já imagino que será todo este fim de ano letivo. Já sabia desde o início que ser professor não seria fácil. Ninguém me enganou, nunca tentei ser sonhador ou salvador da pátria. Sempre quis encarar a realidade, tendo consciência dos meus direitos e deveres.

Pra quem não sabe, leciono história em uma escola pública de Belo Horizonte, num bairro periférico e bem perto de minha casa. Cheia de problemas, algumas alegrias e muitas surpresas, como a maioria das escolas estaduais.

Como é um texto de desabafo, posso deixar bem claro que dar aula no estado infelizmente emburrece qualquer um. Você, querendo ou não, fica preguiçoso e acaba se cansando de dar murro em ponta de faca. Mesmo com alguns alunos que merecem um pouco mais de atenção, a paciência vai se esvaindo, aos poucos... Levando sua juventude e sua vontade... Tenho apenas dois anos e meio de profissão, mas a certeza de que não quero isso para a vida toda.

Hoje, depois de uma discussão, um aluno após balbuciar palavras que nem preciso escrever me chamou de trouxa e folgado. Tenho convicção de que folgado eu não sou, mas, no entanto a tristeza e o pesar bateram por que, sinceramente, não sei se ele está errado em me chamar de trouxa.

Trabalho em dois turnos, muito mal remunerado, mas continuo tratando bem a todos e entrando em sala sempre sorrindo. Devo ser realmente um trouxa, porque nunca me lembro de Aécio Neves quando um aluno me desrespeita e me faz perder a autoridade. Ou quando recebo o contracheque. Ou quando vejo propagandas ovacionando as melhorias do governo pela televisão. Seria isso um sonho? Trouxa sim!

Meu medo maior, como sempre digo aos meus amigos, é não saber onde isso vai parar. Ler e ver reportagens de professores agredidos já está virando notícia “normal”. Será essa a educação que queremos? Mas é essa que temos, meus caros.
E é bom ninguém se iludir, por que segundo o que ouço, as escolas particulares estão tão ruim quanto. Um aviso aos professores das faculdades: Eles estão chegando, viu? A bomba também vai estourar no colo de vocês.

Conversando com meu amigo, também professor, João Carlos, levantei a seguinte questão: Um dia com certeza, um político bem ordinário disse em reunião – “Precisamos de uma população burra, que não saiba votar e muito menos lutar por seus direitos, vamos minar a educação, desvalorizar o professor, sucatear as escolar e dar a libertinagem aos alunos, fingindo sempre que é inclusão”- todos os presentes devem ter aplaudido esta brilhante ideia, mas garanto, que nem este político, na pior das intenções, imaginava aonde iríamos ou vamos (?) chegar.

Tenho aluno de Ensino Médio que mal sabe ler ou escrever. Alguns também não sabem falar. Daqui um tempo voltaremos a usar tacape, puxar nossas mulheres pelos cabelos e emitir gruídos indecifráveis.

Ai sim, direi no primeiro dia de aula: Sou o seu professor, trouxa sim, e bem-vindo à idade da pedra!
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