Desde criança sempre me impressionei com a loucura, ou o que entendia sobre ela. Em meu bairro, jogávamos bola, soltávamos papagaio, e brincávamos de tudo que uma criança normal da época poderia brincar. Recordo-me que, um dos programas divertidos que fazíamos era correr de algum dos (ditos) loucos que moravam pelas redondezas. Na maioria mendigos, abandonados pela família e jogados à própria sorte. Alguns até hoje andam por aqui.
Nem era por maldade. Sei lá porque fazíamos aquilo. Cito como exemplo o adorável Anselmo, que perambula ainda hoje pela igreja e cumprimenta a todos que passa. Este tem família, pelo que dizem. E ainda um outro conhecido com Chineladinho que corria atrás dos outros e até agredia. Mora em um barraco, mas hoje está mais calmo. Recordo ainda de uma mulher que andava pelos bairros Dom Bosco e Glória e também agredia quem a fitava por muito tempo.
Mas o que ficou mesmo na memória foi o Gabiroba, sempre de terno surrado, barbudo e cabeludo. Já era um senhor de idade com olhar perdido no tempo. Nunca fez mal a ninguém, mas um dia sumiu, misteriosamente. Morava na rua ao lado da igreja.
Não gostava de ser chamado de Gabiroba, mas eu nunca soube seu nome verdadeiro. Corria atrás da gente, quando estava bêbado, ao ser chamado por este apelido. De concreto sobre ele, só posso dizer isso. Agora as conjecturas.
Conversando com meu pai, descobri que era no passado um advogado reconhecido, sendo a filha muito bem criada e formada em medicina. Realmente me veio na memória que ele aparecia às vezes de banho tomado e barba feita, com belos ternos, que sumiam de um dia pro outro, para voltar ao esturricado de sempre.
Dizem que ela apanhava-o na rua, levava pra casa, dava banho, fazia a barba, trocava as roupas, mas ele acabava voltando pro mesmo lugar. Difícil de entender? Loucura? Problemas familiares? Bom senso? Quebra de estruturas? Era feliz na rua? Era mais feliz na rua? Vai se saber. Ao certo? Nada! Mas faz pensar.
Pode ser por isso, que a loucura (?) ainda me fascina, não sei. Hoje entendo que são os loucos, propriamente ditos ou não, que sacodem nossa história. Sacudir, às vezes, é o que precisamos para acordar. Levanta, sacode a poeira, dá a volta por cima, já diria Paulo Vanzolini, ou melhor ainda: Dizem que sou louco, por pensar assim, se sou muito louco, por eu ser feliz, Mas louco é quem me diz. E não é feliz. Eu sou feliz. Palmas para Arnaldo Baptista e Rita Lee.
Nem era por maldade. Sei lá porque fazíamos aquilo. Cito como exemplo o adorável Anselmo, que perambula ainda hoje pela igreja e cumprimenta a todos que passa. Este tem família, pelo que dizem. E ainda um outro conhecido com Chineladinho que corria atrás dos outros e até agredia. Mora em um barraco, mas hoje está mais calmo. Recordo ainda de uma mulher que andava pelos bairros Dom Bosco e Glória e também agredia quem a fitava por muito tempo.
Mas o que ficou mesmo na memória foi o Gabiroba, sempre de terno surrado, barbudo e cabeludo. Já era um senhor de idade com olhar perdido no tempo. Nunca fez mal a ninguém, mas um dia sumiu, misteriosamente. Morava na rua ao lado da igreja.
Não gostava de ser chamado de Gabiroba, mas eu nunca soube seu nome verdadeiro. Corria atrás da gente, quando estava bêbado, ao ser chamado por este apelido. De concreto sobre ele, só posso dizer isso. Agora as conjecturas.
Conversando com meu pai, descobri que era no passado um advogado reconhecido, sendo a filha muito bem criada e formada em medicina. Realmente me veio na memória que ele aparecia às vezes de banho tomado e barba feita, com belos ternos, que sumiam de um dia pro outro, para voltar ao esturricado de sempre.
Dizem que ela apanhava-o na rua, levava pra casa, dava banho, fazia a barba, trocava as roupas, mas ele acabava voltando pro mesmo lugar. Difícil de entender? Loucura? Problemas familiares? Bom senso? Quebra de estruturas? Era feliz na rua? Era mais feliz na rua? Vai se saber. Ao certo? Nada! Mas faz pensar.
Pode ser por isso, que a loucura (?) ainda me fascina, não sei. Hoje entendo que são os loucos, propriamente ditos ou não, que sacodem nossa história. Sacudir, às vezes, é o que precisamos para acordar. Levanta, sacode a poeira, dá a volta por cima, já diria Paulo Vanzolini, ou melhor ainda: Dizem que sou louco, por pensar assim, se sou muito louco, por eu ser feliz, Mas louco é quem me diz. E não é feliz. Eu sou feliz. Palmas para Arnaldo Baptista e Rita Lee.
Continuarei com este tema, para explicar um drama pessoal. Por enquanto ficamos assim. E viva a loucura, amigos!
Aproveitando o assunto pra dica de filme: Bicho de sete cabeças. Drama nacional dirigido por Laís Bodanzky, com Rodrigo Santoro, Othon Bastos e Cássia Kiss. Vale a pena não apenas pela história, mas também pela belíssima atuação do ator Rodrigo Santoro em começo de carreira e sem esquecer da mágica trilha sonora composta André Abujamra, Arnaldo Antunes e outros. Destaque pra música que leva o nome do filme, cantada por Zeca Baleiro e composta por Renato Rocha, Geraldo Azevedo e Zé Ramalho. E é isso!!
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