quinta-feira, maio 03, 2007

Tempos idos


Navegando pelos mares da internet me deparei com uma notícia um tanto quanto curiosa. O grande astro do rock Mick Jagger decidiu abandonar sua autobiografia por achar tedioso pensar e relembrar o passado. Os fãs não aceitam um tipo de desculpa como essa, mas eu, considero totalmente plausível. Pensar muito no passado é realmente um saco! Se ainda fosse possível uma autobiografia não autorizada, poderia ser mais interessante.

Confesso, sou historiador, professor de história, e como entendido do riscado digo que pensar no passado só não é mais chato do que tentar entendê-lo. E ainda tem aqueles que tentam com isso fazer projeções para o futuro. Benzadeus... Maior preguiça não existe.

A vida do famoso cantor deve ter sido movimentadíssima, vivendo intensamente os bastidores deste mundo louco do show business, cheio de mulheres, drogas e muita música. Até a Luciana Gimenez entraria no livro, pensa só? Desistiu na hora certa, meu velho.

A verdade é que a nostalgia incomoda um bucado. É só lembrar quando tem aquelas festas de família e vai todo mundo sentar no sofá ver as fotos daquele antigo álbum empoeirado. Lembranças lindas, história engraçadas. Sempre tem aquele segredo de um tio chato que ninguém queria contar (e nem saber) ou coisas do tipo.


Essa parte até que é relaxante. Ainda mais quando as pessoas estão bêbadas. A bebida socializa, não é? Mas o que destrói esses momentos é o velho sentimento de respirar fundo e pensar: “Poxa, a gente era feliz e não sabia heim”. Muito bla bla bla pro meu gosto. E tem sempre alguém que diz esta bendita frase. Deve ser lei, ou algo do tipo. Será que o povo guarda apenas os bons momentos?

Taí uma grande inverdade que agora tento derrubar. Quando dizem que brasileiro não tem memória... Até parece. Todos no boteco que freqüento sabem escalar a seleção de 70, o time do Cruzeiro de 66 e o do Atlético de 71, com comissão técnica e tudo. Todo mundo lembra quem matou Odete Roitman. Então, penso eu, memória temos. Selecionar o grau de importância destas é que acaba complicando e estigmatizando nossa pobre nação. Não considero ninguém obrigado a lembrar todos os países do leste europeu, ou as capitais do Brasil ou os afluentes do Rio Amazonas. Mas queria saber porque raios ninguém lembra quem é Paulo Maluf. Se ele ainda tivesse matado a tal da Odete Roitman, hoje com certeza não seria deputado novamente.

Com estas lembranças, acabei me esquecendo do grande Mick Jegger, assunto principal deste texto. Pensando bem, se nem ele se interessa por sua história, porque eu me interessaria? Grande Jagger, acaba de salvar minha crônica, e eu, pelo menos reflito, mais uma vez, porque não fui fazer medicina ou algo que desse dinheiro, como ter um filho com um astro de rock (grande Luciana, e ainda chamam ela de burra).


Antigamente não pensava tanto nisso. Acabou o pique da faculdade, as noites intermináveis, a responsabilidade quase nula. É fato, estou envelhecendo. E como não fujo das minhas tradições, encho o peito e grito: Eu era feliz, e não sabia!

3 comentários:

Anônimo disse...

Pensar na vida é extreamante irritante, amigo. As coisas que foram bacanas dão nostalgia. As merdas que aconteceram (ou que fizemos, hehe) se não geram arrependimento, dão no mínimo um certo mal estar.... ô vida!!!! beijos querido!!!!!

Anônimo disse...

PQP,vc escreve muito!!!!quero ser assim um dia...
To apaixonada com o que escreveu, de verdade!
Bjos, Tizoca!!!

Unknown disse...

Querido amigo,
Lendo suas crônicas agora me lembrei da gente lá no colégio, com as carteiras viradas de lado, lembra? Tá bom, já percebi que você não gosta muito de ficar lembrando o passado e tal, mas eu lembrei, e tive de falar. Naquela época você já escrevia muito bem e agora, você está o máximo! Amigo, continue escrevendo, você tem talento pra coisa, e coloca tudo aí no blog, pra gente se divertir lendo suas crônicas! Bejos,
Carol Novaes