quinta-feira, maio 03, 2007

Viver ou ser feliz?


Hoje, enquanto assistia ao excelente filme sobre a vida de Vinícius de Moraes, alguns relatos me impressionaram bastante. Além dos amigos que não economizaram elogios, quando Chico Buarque, Ferreira Gullar ou Tônia Carreiro apareciam em cena era para materializar de alguma forma o modo aparentemente surreal em que o poeta vivia.

Não ligava pra dinheiro nem posições sociais. Vivia intensamente e morria do mesmo modo em amores quase sempre espontâneos como de uma criança. Simplesmente deixava a vida correr solta, fazendo o que realmente gostava de fazer.

O próprio Chico diz em uma das partes, que, dificilmente existiria um outro Vinícius nos dias de hoje, explicando que seria impossível viver com tanta doçura e ingenuidade em um mundo tão competitivo e indócil.

O modo de vida me impressionou sim, confesso. Me senti como quando era criança, e ao ver um filme de ninjas queria sair lutando com espadas e roupas pretas. Sempre tive muito disso. Lembro quando vi Forrest Gump pela primeira vez e pensei em sair correndo como o personagem do filme. O máximo que consegui foi uma volta no quarteirão, é claro, mesmo ainda não sendo uma época de boemia. Era uma criança poxa! Hoje em dia não conseguiria nem meio quarteirão. Andando... Voltando ao relato:

Dessa vez soou um pouco diferente. Sempre pensei em poesia como algo vivo, assim como a música ou o teatro ou o cinema ou tudo isso junto. Sempre pensei que, para atingir um nível agradável à arte, a pessoa deveria se desprender de algumas coisas consideradas “normais”. De certa forma, vontade de beber uísque ou ter grandes amores, fazer poemas e músicas tão revolucionárias para o cenário artístico brasileiro, não me faltou, mas o que melhor representa o que agora sinto, é a sensação de liberdade e desprendimento tantas vezes demonstrada pelo poeta.

O fato de amar até o fim de sua tão famosa chama (que não seja eterno, posto que é chama) já era compensador para acender uma nova fagulha ainda mais intensa (mas que seja infinito enquanto dure). Pode ser uma grande bobagem o que escrevo, ou talvez não entendi muito bem, e realmente penso não ter entendido, mas, o que ainda fica é esta frase, martelando em minhas idéias: “é melhor viver, do que ser feliz”! E agora?

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