
Tiago,
Ahora te acompaño yo, tu nos acompañaste el año pasado. Estamos a mano.
Un abrazo.
José.
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Esta é a dedicatória que recebi do grande escritor, mímico, ator e diretor teatral José Vacas. Depois de ter ficado mais de um mês em sua casa, em Quito, dormindo e comendo de graça, ainda ganho esta homenagem tão especial. Seu livro El Bien Morir – Apuentes de un acompañante, só não foi presente maior que o carinho sincero de toda sua família neste tempo que por lá me hospedei.
Como fui parar em Quito? “Culpa” de Daniela Maria Vacas. Moça um pouco mexicana, um pouco equatoriana e muito Mineira. Formou comigo em História e cativou toda a turma de um jeito tão surpreendente que não pude deixar de aceitar seu convite de conhecer o Equador.
Digo que foi uma experiência fantástica. Achei Quito tão acolhedora quanto BH, mesmo sentindo um pouco de falta dos butecos de verdade. No entanto, encontrei no centro da cidade um bar bem curioso. A especialidade era a venda de shawarma, uma espécie de comida árabe (pão árabe, peito de frango, tomate, alface e molho de alho). Uma delícia.
Mas o que me fazia ir neste mesmo bar quase todos os dias era que todas as cadeiras e pôsteres eram da Brahma e esta também era a cerveja vendida, por apenas 1 dólar. Me sentia em casa. Além disso, o dono era de uma simpatia tremenda. Descendente de árabes, sempre sorridente, e deixava eu ouvir meus sambas numa boa.
Conheci outras cidades, outras culturas, dança afro-ecuatoriana, artesanato indígena, o meio exato do mundo. Experimentei porquinho da índia e abacate na sopa. Fiz um tour gastronômico. Conheci bolivianos, colombianos e chilenos. Fui numa boate de stripers. Fiquei bêbado sozinho pela cidade (duas vezes). Senti a altitude jogando bola num campo de terra, estando de ressaca. Esperei o bendito vulcão aparecer, num frio de rachar da laje da casa da Dani. Dancei salsa. Ensinei samba. Ouvi funk e axé num bar que parecia mais um corredor. Vivi loucas aventuras.
Vou contando devagar tudo que passei nesta viagem, mas este texto foi pra deixar bem claro a saudade que tenho da Dani e de toda sua família que me acolheram tão bem. Fica um aperto grande no peito sempre que lembro dos momentos que passei naquele país, no meio do planeta.