terça-feira, agosto 21, 2007

Aqui Jaz Januário



Pois é rapaz! Januário morreu tão novo né?

Novo? Novo o que? Onde? Já tava fazendo hora extra. Ninguém mais agüentava esse velho rabugento. Ta vendo alguém chorando?

Tem aquelas duas senhoras ali.

Aquelas de preto? Carpideiras contratadas. Por ele mesmo ainda por cima. Mal sabem elas que o cheque é mais borrachudo que pão dormido. Terão motivos pra chorar de verdade.

Que isso...

Tu não viu nada. Acha que ele deixou algo pra mulher ou filhas? Perdeu tudo no jogo. Aquelas ali atrás, são ex-amantes, sabia? Uma penca de filhos. Tudo pra dividir herança. Herança? Vai vendo...

Olha! Chegando mais quatro, aos prantos... Ele foi bom para alguém, afinal!

Faz-me rir. O da frente é agiota. O gordinho, dono do bar da esquina. O de bigode, dono do açougue, e aquele, praticamente esperneando, histérico, é primo. Caiu na burrada de ser fiador.

Januário não pagou ninguém?

Com o que? Nem vendendo um dos rins, meu rapaz. Nada naquele corpo prestava mesmo.

Mas quanto rancor heim. O que ele te fez afinal?

Comigo? Que eu me lembre, nada. Mas o que você quer de mim? Ele já ta morto poxa. Deixa-me malhar o Judas em paz. Faiz favor.

Pobre Januário. Deve ter sofrido muito durante a doença, com tantos delatores e cobradores.

Que nada, homem. Morreu de bem. Tranqüilo. Somos mineiros.

O que tem isso? Posso saber?

Uai, extremamente solidários no câncer...

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Apesar deste humor sombrio, deixo um pequeno desafio pra quem me lê! Tão vendo esta nova faixa em cima do blog? Com o retrato de vários escritores? Eu que montei! Gostaram? São 3 montagens diferentes pra gente brincar! Pois bem, o primeiro que me falar o nome de todos eles, na ordem, ganha o inenarrável prazer de tomar umas Brahmas comigo no bar do Geraldinho. Inteiramente por conta!
Primeiro desafio lançado. Boa sorte!

quarta-feira, agosto 08, 2007

Fim de noite


Fim de noite costuma ser surreal.. Fato! Já tomou todas, fez de tudo, e só lhe resta forças pra implorar por uma saideira num lugar onde venda cerveja. Apenas isso. Não importa se é um restaurante fino ou uma sutil budeguita. Você quer é beber aquela última gelada.

Por acaso vocês, caros amigos, conhecem o Recanto do Índio? O bar que nunca fecha? Deveriam conhecer. Um lugar que com toda certeza joga pro buraco o conceito de multidão de Walter Benjamin, ou no mínimo, faz Baudelaire morrer de vergonha. É a síntese do concreto e abstrato. O reunir e compartilhar, sem se ver literalmente o físico ao encontro do psíquico ou algo tipo o contrário disso tudo. Assim é o Índio.

Dia desses, nestas saídas intermináveis com meu amigo Adelino, fomos parar no Índio para uma justa saideira. Descontroladamente tomamos várias, como era de se supor. Somos Belorizontinos normais né. Bisbilhotando a mesa ao lado, um nada distinto cavaleiro olhava fixamente para a cadeira encostada na sua. Com um copo de salinas na mão e a cerveja na outra.

De repente, não mais que isso, começou a bradar insultos ao teu amigo, supostamente invisível, vá se saber, sentado nesta cadeira. Não satisfeito, ainda pedia confirmação, com teu outro amigo, também gasparzinho, que ocupava o espaço em frente.

Calhorda, bandido! Você não vale nada! Eu sabia que isso ia acontecer!
Não é isso mesmo? Eu sabia que não podia confiar nele. Eu não podia confiar em você!


Era quase um discurso de Lula direcionando ao Dirceu. E o diálogo (ou monólogo, como quiserem) continuava esquentando.

Como ninguém no bar notou, estava chegando a conclusão que o doido na verdade era eu, pena de mim. Não satisfeito, o moço pedia outra cachaça e continuava em sua conversa, neste mesmo nível. Assuntos interessantíssimos... Valia a pena ouvir.

Consultei meu companheiro de golo juntamente com o atendente Fred se ambos também percebiam tais manifestações. Por sorte, sim! Mas ignoravam. Fred acostumado com aquilo, se divertia.

Enfim, o moço se levantou e se foi, deixando ao Fred o dever de limpar a mesa, onde pasmo, me disse que pedia para servir três copos, para todos seus amigos invisíveis. Desperdício certo. Todo mundo sabe que amigo invisível é abstêmio.

No meio de tantos acontecimentos, pedíamos outra, e mais outra. Não era culpa nossa. E assim foi-se indo, até as seis da manhã. Vendo o sol nascer, mais uma vez, no Recanto do Índio.

sábado, agosto 04, 2007

Cúmulo da Estupidez Humana II


Você pensa que já viu de tudo? Engana-se meu amigo. A internet, assim como o futebol e a programação do SBT, é uma caixinha de surpresas. Nem me assusto mais com algumas notícias.

A diversão da elite carioca mais uma vez virou notícia em todo o país. Nada tão alarmante como bater em cidadãos no ponto de ônibus. Agora, de forma um tanto quanto inocente, se mostraram pra toda rede (orkut, youtube e afins) em uma prática pouco corrente: Jogando ovos da sacada de luxuosos prédios em carros e pedestres que por ali passavam.

Uau! Porque não pensei nisso antes? Fico em pleno gozo de satisfação só de pensar em tal ato. Caso cômico, sendo uma das crianças, entre 19 e 23 anos de idade, neto de Leonel Brizola. O vovô deve estar por demais orgulhoso do netinho querido e mimado, se revirando no túmulo, é claro.

E pensar que a figura de João Dória Jr. já me assustava o bastante, ainda existe o temor de chuva de ovos. São Paulo e Rio de Janeiro decididamente não são lugares tranquilos. Ainda mais se você for pobre, negro, mulher, ou tudo isso junto.

Sobre o movimento Cansei, sinceramente? Já Cansei! Nada a declarar, além é claro, publicar com muito afeto a linda imagem de Dória Jr. símbolo deste texto que hoje apresento.

Fim de férias, novos projetos, novos problemas... Tenho muitos causos pra contar sobre minha viagem à Pirapora. Conheci o velho Chico, lutei contra gatos e formigas das trevas e ouvi muita história de pescador. Resumindo, me deliciei!! Fiquem na espera!

Dica fina: Começou a votação do Conexão Telemig Celular. Quem tiver um tempinho sobrando, é só cadastrar e votar no melhor artista, ou banda, para compor o roteiro de shows. Recomendo o voto para CAMILA DE ÁVILA, exímia cantora daqui de BH, samba e MPB, o Rap nervoso de DOKTTOR BHU E SHABE, e também o black engajado do grande parceiro Daniel VULGO ELEMENTO.


E é isso! Hoje é sábado de sol! Deleite para pobres mortais, assim como eu... cerveja, cerveja, cerveja!!